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Minicursos

1º Dia, 27 de junho de 2022 – Das 8h às 10h

Minicurso 1: “Filosofia e sistema em Kant”

Ministrante: Prof. Dr. Pedro Paulo Corôa (UFPA)

Ementa:

A proposta deste minicurso é utilizar os três primeiros tópicos contidos na assim chamada Primeira introdução à Crítica do Juízo, de modo a expor o sistema kantiano em todas as suas possibilidades, ampliando o alcance do conceito de Filosofia comumente apresentado por Kant, mas que considerava, apenas, seus domínios “dogmáticos”, sem fazer referência ao juízo estéticos, como o faz a terceira crítica. Como o título da obra deixa transparecer, a Crítica do Juízo, não está voltada a uma área objetiva determinada, quer dizer, um domínio em que é obrigatória a identificação de princípios que obrigam nossa faculdade de ajuizar a seguir regras fixas e invioláveis, caso queiramos que nossos pensamentos sejam validados. No caso da terceira crítica, a questão central é como nós pensamos, independentemente desse pensamento, ou seja, desse juízo, ser objetivo, pois se trata apenas de pensar e não de pensar em acordo regulado como os outros homens. Isso faz do juízo estético, exemplar para essa forma de considerar a autonomia do pensamento, a uma espécie de forma fundamental de refletir acerca dos objetos em geral, já que nele reconhecemos um modo de pensar em que não há nenhuma necessidade de conceito, o que leva muitos a afirma que não razão para discussão quando se trata de juízo de gosto, ou, “gosto não se discute”. Importe é notar que essa condição estritamente subjetiva é, ao mesmo tempo, a base de todo juízo objetivo, logo, ele antecede e prepara nossos juízos científicos e morais.

Bibliografia:

KANT, I. Primeira introdução à Crítica do Juízo. São Paulo: Iluminuras, 1995.

_______. Crítica da razão pura e outros textos filosóficos. São Paulo: Abril Cultural, 1974,

_______. Crítica del Juicio. Madrid: Espasa-Calpe, 1989.

_______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. São Paulo: Iluminuras, 2006.

2º Dia, 28 de junho de 2022 – Das 8h às 10h

Minicurso 2: Interpretações do pensamento político de Rousseau à luz das teses liberais e comunitaristas

Ministrante: Prof. Dr. Renato Moscateli – (UFG)

Ementa:

Nas últimas décadas, um confronto acirrado na Filosofia Política é aquele em que vêm se opondo as teses do liberalismo e as do comunitarismo. Com a renovação das primeiras por meio dos textos de John Rawls, surgiram reações vindas de nomes como Michael Sandel, Charles Taylor, Michael Walzer e Alasdair MacIntyre. Nesse debate, colocam-se perspectivas distintas sobre temas cruciais (bem, justiça, direitos, deveres, liberdade), à medida que se busca definir a relação mais apropriada entre o indivíduo e a coletividade, ora salientando-se o valor da autonomia pessoal, como no liberalismo, ora enfatizando-se a importância da inserção identitária dos sujeitos no contexto social, como no comunitarismo. Diante disso, ao me propor a interpretar o pensamento político de Rousseau à luz de alguns dos principais argumentos contidos no debate liberal-comunitário, meu objetivo neste minicurso não é atribuir mais um rótulo aos muitos já conferidos ao pensador genebrino, e sim investigar os elementos presentes em suas obras que podem nos auxiliar a compreender as questões postas em relevo por essa discussão contemporânea. Em suas reflexões políticas, Rousseau toma o indivíduo como base para a construção do Estado, mas também mostra que essa unidade natural precisa ser transformada em uma parte de uma comunidade coesa e dotada de sua própria vontade geral. Logo, pretendo analisar como o autor aliou seus princípios do direito político – válidos para qualquer Estado legítimo – à preocupação com as particularidades de cada povo, o que deu às suas ideias nuances capazes de transitar entre as fronteiras do liberalismo e do comunitarismo.

Palavras-chave: Rousseau; liberalismo; comunitarismo.

3º Dia, 29 de junho de 2022 – Das 8h às 10h

Minicurso 3: O nexo entre filosofia e história da filosofia: um princípio metodológico

Ministrante: Dr. Edmilson Menezes – (UFS)

Ementa:

O curso propõe uma leitura estruturada de alguns autores que apontam para o nexo entre Filosofia e História da Filosofia como um princípio metodológico, isto é, como um parâmetro orientador não só para as pesquisas em filosofia, como, também, para qualquer iniciação ao estudo filosófico. Primeiramente, procuremos os antecedentes da questão em Aristóteles; em seguida, estudaremos as propostas de Kant e Hegel para o tema e, por fim, analisaremos a posição mais estritamente metodológicas de Jean-Luc Marion.

Conteúdos:

Antecedentes do problema: Aristóteles
A filosofia enquanto disciplina racional: Kant
Filosofia e História da Filosofia: Hegel
História da Filosofia enquanto marco metodológico

Bibliografia

ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. de Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril Cultural, 1979. (Coleção “Os Pensadores”).

GOLDSCHMIDT, V. Tempo histórico e tempo lógico na interpretação dos sistemas filosóficos. In: A Religião de Platão. Trad. O. Porchat. São Paulo: Difusão Européia, 1970.


GUÉROULT, M. Método em História da Filosofia. Philosophica, n°6, março, 2005, p 131-144. Outra tradução encontra-se disponível em: http://philosophicalskepticism.org/wp-content/uploads/2015/09/O-m%C3%A9todo-em-hist%C3%B3ria-da-filosofia-1.pdf

GUÉROULT, M. Lógica, arquitetônica e estruturas constitutivas dos sistemas dos sistemas filosóficos, Transformação, vol 30, n°1, 2007, p. 235-246.

HEGEL, G.W.F. Introdução à História da Filosofia. Trad. de Antônio Pinto de Carvalho. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção “Os Pensadores”).

KANT, Immanuel. Lógica. Trad. de Guido de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1992.

MARION. J-L. Algumas regras em História da Filosofia, Educação e Filosofia, n° 44, julho-dezembro 2008, p.199-226.

MENEZES, E. Sobre a ideia de filosofia em Kant. IN: MARQUES, U. R, A.; SANTOS, L. R. dos. ; LOUDEN, R. B. (orgs.). Kant e o a priori. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2017.

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